Portugal realizou eleições antecipadas em 18 de maio de 2025 e os resultados mostram uma clara viragem à direita. A Aliança Democrática (AD) obteve o maior número de votos, mas não o suficiente para uma maioria. Para as empresas que contratam e deslocalizam talentos internacionais para Portugal, esta nova configuração política poderá trazer mudanças, especialmente no que respeita às políticas de imigração. Embora o sistema atual não se altere de um dia para o outro, as decisões futuras poderão afetar a facilidade (ou dificuldade) de trazer talentos globais para o país.
Os resultados: um Parlamento de direita
A Aliança Democrática (AD), liderada por Luís Montenegro, ficou em primeiro lugar, mas não conseguiu obter lugares suficientes para governar sozinha. O Partido Socialista (PS) perdeu um grande número de deputados e o seu líder Pedro Nuno Santos demitiu-se. O partido de extrema-direita Chega obteve grandes ganhos, empatando com o PS em 58 lugares, e poderá tornar-se o segundo maior partido depois de contados os votos no estrangeiro. Esta nova relação de forças determinará o apoio que a AD obterá no Parlamento.
O que poderá mudar na política de imigração?
Com mais partidos de direita no Parlamento, os projectos de imigração podem enfrentar mais resistência do que antes. O Chega, que detém atualmente uma influência significativa, apoia regras mais rigorosas como:
- Fim da residência automática para os cidadãos dos países da CPLP (como o Brasil)
- Deportar os imigrantes que não sejam financeiramente independentes num prazo de 6 a 12 meses
- Estabelecer quotas rigorosas com base nas necessidades do mercado de trabalho
- Requisitos mais rigorosos para obter a nacionalidade portuguesa
O AD, o provável partido no poder, também pretende um controlo mais rigoroso da imigração. Os seus planos incluem:
- Acabar com a via da "manifestação de interesse" e exigir a entrada com base num visto
- Acelerar a deportação de pessoas sem residência legal
- Alterar as regras de nacionalidade para exigir uma residência legal mais longa
- Reforço da AIMA (agência de imigração) para reduzir os atrasos na entrega de documentos
Ao mesmo tempo, a AD afirma que apoia a imigração "regulamentada e humanista", o que sugere que as rotas baseadas no trabalho continuarão disponíveis, especialmente para os empregadores que contratam talentos qualificados.
O que é que os empregadores devem esperar dos procedimentos de imigração?
Não é provável que haja grandes alterações legais no futuro imediato, mas eis o que poderá acontecer em breve:
- Serviços de imigração mais organizados: O governo está a trabalhar no sentido de expandir e modernizar a AIMA para tratar a documentação de forma mais eficiente.
- Menor apoio à regularização: As propostas para renovar as autorizações de residência da CPLP ou para ajudar as pessoas a regularizar o seu estatuto podem enfrentar mais resistência no Parlamento.
- Regras mais claras (e mais rigorosas): Desde o comprovativo de morada à renovação de vistos, é provável que a documentação tenha de ser mais limpa e estar em total conformidade.
Os empregadores que recolocam talentos de países terceiros devem começar a preparar-se para controlos mais pormenorizados e potenciais atrasos.
O que é que acontece a seguir?
Para já, espera-se que a AD forme um governo minoritário e não serão feitos grandes anúncios sobre imigração até que o novo governo esteja oficialmente em funções. Com as eleições presidenciais no início de 2026, as grandes reformas poderão ser adiadas, mas as mudanças mais pequenas poderão ainda avançar.
Se está a contratar trabalhadores internacionais, deve agora verificar a conformidade e manter-se informado sobre as regras futuras.
Precisa de ajuda com a relocalização de empregados em Portugal?
A mudança política em Portugal pode tornar a política de imigração mais rigorosa, mas os vistos de trabalho legais e as vias de deslocalização estruturadas continuam em aberto. Para as empresas que dependem de talentos internacionais, é uma boa altura para rever os processos e estar um passo à frente das potenciais alterações.
A nossa equipa local acompanha de perto as alterações políticas e apoia as empresas em tempos de incerteza, assegurando que os seus empregados se mantêm em conformidade e que os seus planos de contratação se mantêm no caminho certo.
Marque uma chamada para obter apoio especializado adaptado às suas necessidades de relocalização.